Nostalgia
Visitar meu avô num sábado à
tarde. Fazia isso quando era criança. Revivi isso agora. Começamos a conversar
como adultos que somos. Fazia tempo que não o via e não ouvia suas novas
histórias de sempre! Só começamos a conversar como adultos, porque depois vi em
seus olhos o mesmo olhar que me via criança, olhar doce e carinhoso de avô
coruja.
Depois que o tempo passa, a gente
nota o quanto ele realmente foge de nós!
Família reunida, conversa animada
com os primos e as primas, voltei a ser adolescente- prima mais velha tem que
se enturmar com os primos mais novos!!!
Meu avô só enxergava crianças,
mandou comprar guloseimas para comermos, fez todas as nossas vontades.
Lembrei-me de quando eu realmente era uma criança a brincar pela casa dele, as
lembranças pareciam ter se tornados reais; voltar no tempo fez-se possível
nesse instante!
Hora de ver e rever as
fotografias da família, conhecer familiares distantes, rir das poses
desajeitadas, ver os adultos de hoje voltarem a ser crianças.
Descobri que o
passado é uma mistura de lembranças confusas, alegres, tristes, profundas...
Entendi que o passado nem sempre
é um monstro terrível. Rever e reviver meu passado ajudou-me a perceber que
mágoas não devem ser estocadas; que o
perdão é um verdadeiro remédio para nossas almas, que ele nos faz livres!
Compreendi que perfeição não é a
ausência de erros, mas a capacidade que nós temos de viver intensamente nossos
instantes e de eternizá-los. Perfeição é sinônimo de amor, amor é sinônimo de
perdão, e perdão é liberdade!!
Gostei de sua crônica sobre Nostalgia. Você, ainda tão jovem, escreve que "mágoas não devem ser estocadas"... e descobre que o perdão "nos faz livres", "é liberdade!". Fala de seu avô com admiração e sensibilidade. Queria dizer que a sua sensibilidade é um dom muito raro, uma dimensão humana bem pouco exercitada por muitas pessoas que conhecemos. Pensei, então, em sugerir que você continue a escrever sobre as experiências felizes e às vezes também tristes da vida, por mais simples que sejam. A sensibilidade propicia um olhar diferente sobre os momentos da nossa vida e a escrita os expõe à reflexão. Fluem, assim, novas compreensões que podem tornar-se novas para o outro... e o "novo" flui como um um dom gratuito escondido no mistério da experiência humana. Parabéns pelo seu blog!
Muito obrigada Vanise Resende! Seu comentário deixou-me muito lisonjeada e incentivou-me a continuar escrevendo! Espero que você possa ler meus outros textos do blog!! Abraços!!